Sonhos meus
Oh! Sonhos meus! Etéreos, inefáveis!Por que minh’alma invadem, deletérios?
As suas brumas prenhes de mistérios
são densas e sem fim, inexploráveis.
Oh! Sonhos meus! Bisonhos, mas afáveis,
por que me vêm assim, dos hemisférios?
Não sei andar, viver nos seus impérios,
nas suas terras móveis, não aráveis.
Sonhos! Não os suporto mais comigo,
porque minh’alma é frágil e se extenua,
e no horizonte incerto cai, desmaia.
Quisera ser seu ninho e seu abrigo,
e ser também amiga e amante nua
nos seus lençóis suaves de cambraia.
Brasília, 01 de Setembro de 2010.
Sonetos Diversos, pg. 61
Sonetos selecionados, pg. 29