Sonhos meus

Oh! Sonhos meus! Etéreos, inefáveis!
Por que minh’alma invadem, deletérios?
As suas brumas prenhes de mistérios
são densas e sem fim, inexploráveis.

Oh! Sonhos meus! Bisonhos, mas afáveis,
por que me vêm assim, dos hemisférios?
Não sei andar, viver nos seus impérios,
nas suas terras móveis, não aráveis.

Sonhos! Não os suporto mais comigo,
porque minh’alma é frágil e se extenua,
e no horizonte incerto cai, desmaia.

Quisera ser seu ninho e seu abrigo,
e ser também amiga e amante nua
nos seus lençóis suaves de cambraia.
 
Brasília, 01 de Setembro de 2010.

Sonetos Diversos, pg. 61
Sonetos selecionados, pg. 29
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 01/09/2010
Reeditado em 23/08/2020
Código do texto: T2472020
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.