ALMA MARGINAL
Eu sou aquele que nas madrugadas
De noites frias e de lua cheia
Por túneis, trilhos, beiras de estradas
Becos, porões e construções vagueia
Sou o poeta louco das calçadas
Das ventanias nas dunas de areia
Das horas mortas nas encruzilhadas
Do sangue contaminado na veia
Eu sou o solitário viajante
Do misterioso e do desconhecido
Do mutilado e do delirante
Sou o poeta do enlouquecido
Da prostituta aidética e gestante
Do prisioneiro, do incompreendido.