Banalidades
 
Mais um que sangra e morre lá na escola,
menino que sonhava ser doutor,
a bala resvalou no professor,
e a dor da pobre mãe ninguém consola;
 
mais outro é morto e só pedia esmola,
menino negro e pobre sonhador,
conheceu só miséria, fome e dor
e, ao fim de tudo, a bala da pistola;
 
uma mulher e mãe que, sem maldades,
ganhava a sua vida lendo mão,
tocaram-na tal qual se enxota um cão.
 
Banalidades, só banalidades,
nas ruas, nas escolas das cidades,
afrontam-se os direitos e a razão.
 
Brasília, 30 de Agosto de 2010
Livro: Cantos de Resistência, pg. 51
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 30/08/2010
Reeditado em 02/08/2020
Código do texto: T2468444
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