VERSOS COLORIDOS

Confesso ante ao quadro de intenso branco.
Na paleta, em cada cor, tenho um verso,
Converso com o papel quieto e franco.
Na língua da rima, um tom a cima, converso.

Nem pinta, nem pintassilgo, não pinta nada!
Rubro de raiva. Cubro o matiz, resto amarelo.
A Musa sapiente, a Musa saliente, a Musa apaixonada.
Anda afastada e sem composição me desmantelo.

Pinto-me casmurro.
Roxo de inveja dos poetas consagrados.
A minha poesia tem a mesma cor do burro,

Quando foge. Burro, fujo do ápice literário que não galgo.
Aos pintores com cinismo e altos brados,
Vou à forra inquirindo: E aí, pintaram algo?



Figura obtida na seguinte fonte: http://philosophysingle.wordpress.com/2010/12/01/inspiracao/
DRAKKAR
Enviado por DRAKKAR em 30/08/2010
Reeditado em 06/03/2012
Código do texto: T2467471
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