SONETO À AMIZADE*
Amizade começa onde termina o amor
Dá o ombro pra tristeza, alegria e dor
Não faz cobrança inútil, o seu mote é ação
Celebra ou chora às vezes e não critica em vão
Amizade é adulta, Amor não é, pueril
O Amor aprisiona, é modelo servil
Pro amigo o que importa é o bem-querer
Estar sempre disposto a doutrinar o viver
E assim pode-se ser o que se tem, valor
E assim pode-se ater da inoportuna dor
Amizade é o amor, dor lapidada em pó
É o sofrer que esvai-se, compaixão e dó
De amar, mais que o ato, teatral menção
É um presente eterno ao ser amigo, irmão
*Versos alexandrinos (Tônicas em 6,10,12), rimas emparelhadas ou consecutivas
*Versos alexandrinos (Tônicas em 6,10,12), rimas emparelhadas ou consecutivas