COMO ENTRE GIRASSÓIS

COMO ENTRE GIRASSÓIS

Devo morrer de lágrima de encanto

não quando toda dor tenha cessado

mas enquanto for pena todo pranto

e o meu amor um canto inacabado.

A vida às vezes cruza o desencanto

com um sonho por vezes sepultado

mas deste luto é que se faz o canto

depois de tudo pronto e terminado.

Ninguém pode olvidar os pesadelos

razões dos fios brancos dos cabelos

ocultos entre as dobras dos lençóis.

Eis neles vão os sonhos docemente

morrendo como morre o sol poente

no horizonte do olhar dos girassóis.

Afonso Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 28/08/2010
Código do texto: T2465461
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