Frêmito

É no meu pensamento mais indômito...

Para este traço, que um tanto ríspido,

Trazendo para a boca o gosto insípido

É que nasce o meu verso, tão insólito!

E, por mais que eu possa ser intrépido...

Ou por mais que vibre ao meu frêmito,

Que estarei eu, bem lá no meu púlpito,

Já não sentirei este odor mais pútrido!

Pois, quem aprecia verbo mais límpido,

Então, que vire para seu bom decúbito

E não se incomode com o meu vômito!

Só sei é que o desdém.tem um ar cálido,

Pois ao mesmo tempo para este âmbito

É que te acompanho com o olhar gélido!

Valdívio Correia Junior, 28/08/2010

Co'este meu vômito demente

Teço minha verve maligna

Se a outros é rima indigna

Faço ainda mais insolente

PaRaBoLiKa

Obrigado, querida PaRaBoLiKa, sua interação traduz

e enriquece este soneto, com o pensamento mais

cortante!