O CAOS DO EXCESSO [CCXXXVIII]

Metáforas, às cargas, na poesia

dão-lhe a mensagem que jamais eu quis,

a menos que, na forma, por um triz,

toques leves, mas nunca em demasia.

O enxame de figuras só desfia

na cuca de quem lê a cor mais gris,

como que o bardo oculte o que não diz

ou diz somente à sua confraria.

E a metáfora pelas bordas dá-nos

a sensação de ouvir porção de galos,

sem que se saiba em que terreiro e onde.

Um menestrel que já, demais, recheia

de imagens o seu verso cai na veia

do florista plebeu que quis ser conde.

Fort., 28//08/2010.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 28/08/2010
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