Soneto Machadiano
Fagner Roberto Sitta da Silva*
Com o primeiro e o décimo quarto
verso retirados do capítulo LV do livro
Dom Casmurro, de Machado de Assis.
Oh! flor do céu! oh! flor cândida e pura!
Que vaga pelo espaço, imensidão...
Oh! mas naufraga a minha embarcação,
depois boia no mar da noite escura.
Vi meu barco no mar da solidão
e a lua surgindo igual fruta madura...
Oh! Flor do céu, nunca estará segura,
os meus sonhos se vão na escuridão!
Da minha embarcação não restou nada
além de alguns destroços pela enseada
iguais a poucos restos de mortalha.
Estou cansado de ficar buscando,
pois de tanto buscar fiquei pensando:
Ganha-se a vida, perde-se a batalha!
Fevereiro de 2005
Publicado no Jornal Folha de Garça no dia 09/03/2005
*Membro da APEG - Associação de Poetas e Escritores de Garça.
Página Pessoal: http://fagnerroberto.blogspot.com