AMOR LOUCO

Tenho no peito a ardência do vulcão.

Nos olhos, brilho de astros, misterioso;

Nos lábios o sabor de beijo e gozo,

De tanto amor, desfeito o coração!

Sou e não sou. Existo na ilusão.

Grito e exaspero, em ânsias, vitorioso,

Para cair depois no lodo ascoso,

Derrotado nas raias da paixão!

Amo e não sou amado nem um pouco.

Ardo numa fornalha como um louco

E quase morro em gélido mister!

É o meu contraste; É a minha lida escura;

O meu destino incerto; a minha agrura...

Por amar loucamente uma mulher!

Salesópolis 19/07/80