Soneto da espera (2)
 
O passaredo canta alegremente,
distante canta e canta o quero-quero,
os bem-te-vis fazendo lero-lero,
o sabiá gorjeia reticente.
 
Os canarinhos, no jardim da frente,
enchendo o peito, trinam com esmero,
mas sinto em mim tristeza e desespero,
ao ver cair o sol, que estava ardente.
 
A noite vem e os pássaros se vão,

a bela sinfonia chega ao fim,
somente  uma coruja triste pia. 


Em cada estrela morre uma ilusão,
e o véu da noite cai pesado em mim,
pois tu não vens e a lua já me espia.



 
Brasília, 25 de Agosto de 2010.

 

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 25/08/2010
Reeditado em 31/01/2013
Código do texto: T2458611
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