REGENERAÇÃO
O gavião que busca alturas desmedidas,
Que rasga o espaço e afronta o doido vendaval,
Alimentando a vida com estranhas vidas
Ao fero manejar das garras, infernal,
Sente-se às vezes enojado das corridas
Na pilhagem da presa em luta desigual!
Então afoga nas entranhas malferidas
O eco selvagem de ave hostil e canibal!
Ah! Pudesse eu, meu Deus, calar no esconso d’alma
Os gritos do pecado que me rouba a calma
Pelos males haver, aos outros, praticado!...
E assim morrendo a derrogar pretextos vãos
Olhar afeito além, nos páramos cristãos,
Para viver num mundo bem-aventurado?!...