Rasga os meus versos
 
Rasga os meus versos todos, um a um,
e atira seus pedaços contra o vento,
não deixes pelo ar nenhum lamento,
pois nada têm de belo, de incomum;
 
ateia fogo sem pensar em nada,
pois são somente jogos de palavras,
que retirei de minhas pobres lavras,
desta minh'alma triste, gris, cansada.
 
Destrói, um a um, dos meus sonetos,
e nada deixes, mesmo que tu queiras,
palavras, versos, meus rascunhos todos.
 
São todos eles pobres, obsoletos
pois são de mim somente o pó, poeiras
precipitados meus, meus tristes lodos!

 
Brasília, 23 de Agosto de 2010.

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 24/08/2010
Reeditado em 31/01/2013
Código do texto: T2456118
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.