NADA DANTES

Quem da vida esperou momento tanto,
sonhados em quimeras já bordadas,
meras pinturas rotas desbotadas,
sombreado de fulgente desencanto.
 
Fora quadro de glórias descabidas,
aquarela de flores despencadas,
molhadas pelas noites orvalhadas,
nas cegueiras vitais, jazem perdidas.
 
Da vidraça, eu as observo divagantes.
Pobres aves que buscam seus abrigos...
Entre as folhas que andam desatinadas.
 
No jardim moram rastros. Nada dantes.
O negro tempo marcara os destinos,
nos baldrames das noites repousadas.
 


Elen Botelho Nunes
Enviado por Elen Botelho Nunes em 20/08/2010
Reeditado em 21/08/2010
Código do texto: T2449661
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