Crepuscular

Ocaso deste amor que se declina,

igual o sol morrendo no arrebol,
já não chilreia como o rouxinol,
e nada tem do encanto, que fascina;
 
e, como o dia, foi-se com o sol,
cedeu lugar à lua peregrina,
com bela luz de prata, purpurina,
perdeu o seu lugar, que era de escol.
 
Assim ficou, sem força edificante,
depois de belo dia palpitante,
de tanto anseio, tanta confiança.
 
Perdeu o ardor, a paz, a temperança,
e, assim, se esvai, tão só, sem esperança,
na eterna dor do afeto agonizante.
 
Brasília, 19 de Agosto de 2010.
Sonetos diversos, pg. 68
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 19/08/2010
Reeditado em 21/08/2020
Código do texto: T2447312
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