O ESPREITADOR [CCXXXV]

Grandes montanhas, eu enceto a vê-las

por baixo, nas escarpas mais rasteiras;

depois, ascendo os olhos, indo a lê-las,

até galgar-lhe o chão das cumeeiras.

Os píncaros não constam das primeiras

metas que busco, a fim de já detê-las,

pois que me fixo muito mais nas beiras

– lá no indutivo rastro das estrelas.

Moço, já quis alçar-me às mais ousadas

empresas e aventuras desbragadas,

no afã de navegar de afogadilho.

Só que, nas lutas, sempre e devagar,

é como insiste aonde vai singrar

o espreitador que não saiu do trilho.

Fort., 18/08/2010.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 18/08/2010
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