Alma vagante
Minha alma é atroz sombra vagante
E meus pensamentos nebulosos...
O futuro corrói até os ossos
E do presente sempre mais distante
Fecharam-se olhos, e o semblante
Em vestígios sutis tão fadigosos
Vagando por caminhos tortuosos
Tomado por um ar tão sufocante
Pelo sopro do acaso sou disperso
No mundo instantâneo passageiro
Tal qual um vento pela madrugada
Como folhas dispersas na calçada
Ressequidas compondo triste verso
Andando num gigante formigueiro