!... AMOR SEM PERDÃO!
Com trêmulas mãos procuro junto ao peito trazer
As folhas amassadas, e pelo tempo amareladas,
De um trecho de diário por mim foram arrancadas;
Escritos num passado que até hoje me faz sofrer...!
E antes que me venha da alma o último suspirar
Tento me redimir, e aquela que magoou, perdoar;
Este mísero coração cujo maior pecado foi amar
Sem saber que traiçoeiros lábios estava a beijar...!
O corpo agora alquebrado; outrora exalando ardor
Já não encara a esperança de um dia se livrar da dor
Mesmo a tumba fria dirá daquele que creu no amor...!
E as mesmas mãos, tremendo, escrevem um testamento
As eternas juras que na igreja, um dia fiz no casamento
Permanecem incólumes e sagradas no meu pensamento...!