O blasé...

Indiferente ele caminha pela rua;
Nada o comove, nada o toca de verdade,
Nem mesmo o brilho sempre novo de uma lua,
Feito uma nuvem ele flutua sobre a cidade...

Nenhum prazer pode tocar sua carne crua,
Calado e apático não enxerga a novidade,
Vive no tédio e sobre o tédio ele flutua,
Pobre blasé que já conhece a eternidade...

Seus olhos vagos nunca brilham para o novo,
Os seus sentidos são sensores embotados,
A realidade não lhe assusta ou causa estorvo,
Conceitos novos são conceitos desbotados...

Este é o blasé, homem que habita na metrópole,
Alma que vaga e faz do mundo uma necrópole...