AUTORRETRATO POÉTICO

Noutro espaço tenho o peso das vírgulas,

O contexto reto das canções frívolas;

Não sendo artista em terra que não me cabe,

Meu destino está onde não há chave.

Não me deslumbro com criações ridículas,

Mas sim com a dureza das penínsulas,

Das quais te vejo partir tão suave,

Carregando na alma o que ninguém sabe.

D'outra dimensão avisto teus desejos

Com meu olhar aliviado de ensejos,

Numa pontuação jogada à fortuna.

Não me define o que tem alguma lógica,

Porque seria eu só uma verdade trágica

Escondida numa canção noturna.

(Luciene Lima Prado)

Luciene Lima Prado
Enviado por Luciene Lima Prado em 14/08/2010
Reeditado em 07/12/2010
Código do texto: T2437619
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