Soneto em delírio
Açoitam-me insondáveis e dissonantes agonias
fruto dos alienígenas que povoam a minha mente
ou da ignota mendicidade amorfa e clarividente
incongruência lucilante no halo das vãs rodovias
Inverosímil e letárgica a inóspita insanidade
dilacerante a flecha gélida que me perpassa
incomensuráveis caminhos por onde a alma passa
carcomido e rarefeito o sopro da perplexidade
Entrego-me aos devaneios de um sonhador
exploro a obliquidade dos meus delírios
há no poeta o eventual cunho de um escritor
Já o soneto toma forma, corpo e coabita
no hospício isócrono da irreverência
demência que me assola e em mim habita