[O sol acorda ao cântico dos sinos]

O sol acorda ao cântico dos sinos.

Nas faces laterais da catedral,

os dedos dos vitrais desfiam finos

os fios da luz frágil, matinal.

O olhar foge da nave, quer brincar

com os cabelos ágeis, flutuantes

que iluminam a voz que vai cantar

a oração e o silêncio reinantes.

No entanto, chega um frio confidente.

Vem do ventre das lajes e ascende à alma

como se tudo fosse de um só ente.

Nomeemos: sol, sinos, vitrais unidos

na suave vertigem, rude calma,

porque unos são os gestos e os sentidos.

Xavier Zarco
Enviado por Xavier Zarco em 18/09/2006
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