[Nos Claustros do Silêncio, em Santa Cruz]

Nos Claustros do Silêncio, em Santa Cruz,

Coimbra é um murmúrio de pedra.

Ouve-se o cinzel, canto que seduz

o olhar que indaga a forma que em si medra.

Como se a luz brindasse com magia

em cada um dos recantos do Mosteiro

e em nós, como vitral de poesia,

repousasse o seu corpo derradeiro.

E escuto o respirar pleno da terra,

confidências da água e da erva,

o sereno gerar de uma semente.

E sinto o vagabundo, que em mim erra,

ser a asa que da pomba faz de serva

e tece ao sol que morre o seu nascente.

Xavier Zarco
Enviado por Xavier Zarco em 18/09/2006
Código do texto: T243465