[Nos Claustros do Silêncio, em Santa Cruz]
Nos Claustros do Silêncio, em Santa Cruz,
Coimbra é um murmúrio de pedra.
Ouve-se o cinzel, canto que seduz
o olhar que indaga a forma que em si medra.
Como se a luz brindasse com magia
em cada um dos recantos do Mosteiro
e em nós, como vitral de poesia,
repousasse o seu corpo derradeiro.
E escuto o respirar pleno da terra,
confidências da água e da erva,
o sereno gerar de uma semente.
E sinto o vagabundo, que em mim erra,
ser a asa que da pomba faz de serva
e tece ao sol que morre o seu nascente.