A aranha cose poesia...

Uma pequena aranha desce pela teia,
Ponto discreto refletindo a luz do sol,
Como arquiteta calmamente ela ponteia
Fio sobre fio como quem cose um cachecol...

Ela trabalha lentamente e saboreia
O doce néctar de um bonito girassol,
No mar do espaço esta arquiteta é uma sereia
Que a insetos loucos sempre atrai como um farol...

Girando o fio com precisão, com maestria,
Ela executa devagar seu nobre ofício:
Perfeita artífice, senhora da magia,
Compondo a cama, o nobre altar de um sacrifício...

Ela completa o seu trabalho, o seu edifício:
Nesta armadilha tudo cai, até a poesia!