A MENINA E A FLOR
A menina caminha, qual voa a borboleta... Ligeira,
De olhar maroto, colhe a sorrir um botão do jardim;
Segue com os cabelos esvoaçantes, toda ela faceira,
E, qual a borboleta ligeira, quase esbarra em mim.
A menina caminha, agora tendo nas mãos o botão,
E, certamente, leva no coração os sonhos de mulher;
A cada espaço que anda, arranca as pétalas do botão,
E, com sua voz doce diz: Bem me quer... Mal me quer.
A menina caminha, qual voa a borboleta... Ligeira,
Segue com os cabelos esvoaçantes, toda ela faceira,
A cena se faz tão linda, que o meu coração fascina;
E, ao contemplar a cena, a mim mesmo eu pergunto,
Ao ver sair do jardim dois lindos botões... Tão juntos:
A menina leva a flor, ou é a flor é que leva a menina?