DOR DE POETA...

O lápis já gasto insiste em beijar o papel,

Busca motivos para externar o que minh’alma diz.

Oferece segurança como anjos vindos do céu,

Aliviando o peito amargo que em vão tentou ser feliz.

A janela sem sucesso me oferece o dia lá fora,

A cortina bailando ao som do suave vento.

Arremetem-me a lembranças, doces tempos de outrora,

Saudade e despedida, mosaico de tormento.

O campo está pronto, inicia-se a colheita,

Sentimentos antes plantados...

Agora a esmo sendo ceifados.

O cinza pardo que ofusca meu olhar,

É o amor que não conseguiu brotar,

O papel absorve magoas que sempre estão à espreita.

Paulo Moreno
Enviado por Paulo Moreno em 10/08/2010
Reeditado em 15/08/2010
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