DA POSSE

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Das frias noites que passei desperta

Arrastando correntes em minh'alma

Mastigando, sem engolir, os traumas

Voltam-me recordações - porta aberta

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Em cismas que meu coração aperta

Retirando a minha tão pouca calma,

Peito em descompasso, pulso-palma

Angústia, nessa hora, é seta certa

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Quero polir o verbo da minha boca

Tirar do rosto essa expressão louca

Desenhar um sorriso franco e vivo

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Das frias noites- e não foram poucas-

Apago as cismas, de modo incisivo

Tomo posse de mim; de ti me privo

(Lena Ferreira)

0808/2010

Lena Ferreira
Enviado por Lena Ferreira em 09/08/2010
Reeditado em 17/04/2015
Código do texto: T2427928
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