- Poeta, ó, me dizes sem rodeios,
Porque viver no mundo a versejar?
E a lira, tanto, tanto arpejar,
Buscando tantas rimas, mil floreios?
 
Por que falar dos sonhos? Devaneios?
E ter o peito sempre a flamejar?
E co’as palavras versos mil forjar,
Tão sem pudor, temores ou volteios?
 
- Não tenho, não, respostas, argumentos...
E a ti eu me apresento nu, despido,
Mas dentro em mim me diz o coração:
 
Versejar é bordar com os sentimentos...
A tela desta vida, seu tecido,
Com etéreos fios douradas da paixão!
 
 
 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 09/08/2010
Reeditado em 04/02/2017
Código do texto: T2427704
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