O ROCEIRO
Nas savanas sem fim do agreste brasileiro
Sob o empuxo dos ventos nas palmas frementes
Ou nas águas do rio, no imenso berreiro,
Das grandes pororocas de encontro às correntes,
Vive, na escaramuça heróica, o bom roceiro.
É a esperança da pátria – o esteio dos potentes -!
De suas calejadas mãos surge o celeiro
Para a fome do povo, no anseio das gentes.
Da aurora ao pôr do sol, de enxada e chapelão,
Curvado no trabalho entrega-se à missão
De ser trabalhador, caipira e nada mais!
Se os doutores da pátria agissem com juízo
Ao roceiro dariam num meigo sorriso,
As honras da nação e os títulos reais!
Salé, 10/07/80