VINHO !

 
 
Sem aquela ânsia louca de esperar-te no portão...
Na expectativa de vê-lo chegar, tão embevecida;
Sem riso, eu piso nesta lama de lodo e solidão!
Em chão deserto de fétida mansão apodrecida!
 
Morro num porão escuro onde a solidão impera,
Condenada por matar uma saudade rude e triste
E sentimentos vazios me prendem na quimera...
De ver nessa esfera uma alegria que inexiste!
 
Bebo um cálice de fel para aplacar-me a sede!
Fel da fonte deste olhar que eu imploro: Vede!
Que estou farta de viver sem ter o teu carinho!
 
Quisera, eu ter bebido do veneno do teu beijo!
Quisera, eu ter me saciado deste louco desejo!
De morrer ao me embriagar deste teu vinho!