PALHAÇO CORAÇÃO
 
 
Eu piso em falso nesta corda bamba de ilusão
Onde meu ser, nenhum equilíbrio mais atinge
Tonto, cambaleio pelos ares e desabo pelo chão
Meu coração se quebra, sangra e apenas finge...
 
Finge o riso como finge o palhaço uma dor
Que não demonstra à enlouquecida platéia...
Finge não perceber o preço alto em desamor
Que se paga ao mundo em cotidiana estréia
 
Em riso louco, feito palhaço, eis que declamo
Meus versos cultivados no meu peito humano...
E toda platéia ao sabor de bala e algodão-doce,
 
Delira, perde a fala, crendo em toda fantasia...
Apresentada em cantos de leda e lúdica poesia...
Como se em verdade, de ventura moldada fosse!