TARDE DE ABRIL
Deixai-me apreciar-vos, ó tardes de abril!
Vossos ventos calmos me fazem bem.
Quem me dera ter tantas tardes aos mil
Para que eu vos curta só, sem ninguém.
A solidão muitas vezs é necessária
Para pensarmos o que fizemos.
Muitas tardes de abril extraordinária
Recorda-me o primeiro filho que tivemos.
Abril sem chuvas, céu pouco nublado
Convidando o frio para chegar
Porque o calor precisa descansar
Podeis chamá-lo, estou esperando. Agasalhado
Está meu coração, não precisardes preocupar.
É pena que não tendes braços pra me abraçar.
DIONÉA FRAGOSO