BODAS DE NADA

Tal como a hera, tomaste meu coração.

Antes mesmo que’u vetasse-lhe o direito

De clamar ardente em meu peito

Por teu nome, tua essencial atenção

Eu então miserável, obediente, louco

Abandonei-me à possibilidade suicida

De amar uma vez mais na vida

Dando-me todo, num revide pouco

E já dava-me por feliz, deslumbrado.

Supondo-te, ilusoriamente, ao meu lado

Numa contemplação desvairada

Quando súbito, meu coração encantado

Despertou com teu beijo gelado

Celebrando bodas de nada

Gilvan Passos
Enviado por Gilvan Passos em 08/08/2010
Código do texto: T2425646
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