BODAS DE NADA
Tal como a hera, tomaste meu coração.
Antes mesmo que’u vetasse-lhe o direito
De clamar ardente em meu peito
Por teu nome, tua essencial atenção
Eu então miserável, obediente, louco
Abandonei-me à possibilidade suicida
De amar uma vez mais na vida
Dando-me todo, num revide pouco
E já dava-me por feliz, deslumbrado.
Supondo-te, ilusoriamente, ao meu lado
Numa contemplação desvairada
Quando súbito, meu coração encantado
Despertou com teu beijo gelado
Celebrando bodas de nada