DOCE ABANDONO
DOCE ABANDONO
Ao ver-te assim, dormindo, repousando,
Tendo ao lado, caído, o livro amigo,
Surpreendo uma lagrima rolando
Por não poder estar sempre contigo.
Vejo teu rosto na paz dessa calma
Sem as máscaras que tanto inventamos
E enquanto dormes vou te lendo a alma
E vendo o quanto nos distanciamos...
E enquanto a vida me traz esse outono
Me vejo assim, como tosco andarilho
A caminhar em teu doce abandono
Na doce paz que também compartilho.
E fico a olhar-te e a te velar o sono
Enquanto dormes, meu querido filho...
* * *