TRANSCENDENTAL APELO [CCXXXI]
Alheio às horas, quedo, numa espreita,
meu “eu”, em ti, somente se concentra;
e a noite vem, e a madrugada adentra,
e eu a ninar-te, sem qualquer desfeita.
Pois, nos teus sonhos, com certeza, entra
não devassa luxúria, a tão suspeita;
mas, como às divindades de uma seita,
minh’alma te visita e só contempla.
Assim, quero que durmas sempre calma,
para que tu não sintas pesadelo...,
nem despertes nos braços de um fantasma!
E não há companhia mais sem trauma
que o transcendentalismo de um apelo,
feito por um amor que não se plasma.
Fort., 07/08/2010.