QUE DEIXEM-ME SER POETA!

Desenvolvo argumento do sossego,

Das limitações minhas pra seguir

Utilizando a via que me afluir

Ao rumo do sujeito com seu emprego.

Será trabalho d'alma desemprego?

Quem cala e pensa vive de fingir?

Não posso poetizar? Estou a mentir

Que ajo? Só no labor diário é que chego

A ser um respeitado e bom sujeito?

Qual a minha importância sendo poeta?

Devo ser como máquina ou robô

Que produz tudo igual e sem defeito;

Sem pensar, questionar o que me veta

Neste real que a poesia nos roubou?

(Alexandre Tambelli - 26 de dezembro de 2003 - 23:24h)