Hora que passa - Florbela Espanca
HORA QUE PASSA-
Vejo-me triste, abandonada e só
Bem como um cão sem dono e que o procura,
Mais pobre e desprezada do que Job
A caminhar na via da amargura!
Judeu Errante que a ninguém faz dó!
Minh'alma triste, dolorida e escura,
Minh'alma sem amor é cinza e pó,
Vaga roubada ao Mar da Desventura!
Que tragédia tão funda no meu peito!...
Quanta ilusão morrendo que esvoaça!
Quanto sonho a nascer e já desfeito!
Deus! Como é triste a hora quando morre...
O instante que foge, voa, e passa...
Fiozinho de água triste... a vida corre...
***Créditos à poetisa Florbela Espanca
***Exatamente como esse soneto, sinto-me agora!
Que dor...que agonia...situações más resolvidas na minha vida!
Tetéia
07/08/10