INFINDA
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Atiro-me aos teus versos, sedenta e faminta
Devoro tuas letras com uma ânsia tamanha
Tento disfarçar- é inútil - creio que tu sintas
Sacia-me, então; gota e grão, sem barganha...
Não quero crer que os teus versos mintam
Que tuas verdades sejam assim... Tacanhas
Quero pôr na cama o quadro que tu pintas
-Corpo incandecente e um sorriso de manha-
Aplaca logo a minha fome que também é tua
Revela o inverso dito pelo verso; oposto ao não
Abraça a minha boca com a tua boca linda...
Exposta, entregar-me-ei; revestida de lua
Desmaiarão estrelas e mil sóis se retirarão
Transformarei, amor, essa noite em infinda
(Lena Ferreira)
0708/2010