Fúria (Juninho Correia) +CóLeRa+ (PaRaBoLiKa)

Fúria

Enfurecido ao sangue da boca mordida,

E, atiçado ao ódio daquele que apanha,

Vê-se à orla, alçapão da alma tacanha,

A morte que se adona do sopro da vida

Negado ao bruto, controle que assanha

A lucidez nem vestígios, mente atrevida

Que persiste ainda, de alfinetar a ferida

Torpe ao ódio à sua estupidez tamanha

E no opimo terreno, em toda sua manha

Se contorce ao gozo, tal como o áspide,

Opíparo ao olhar da presa que abocanha

No leito deste opúsculo para tal façanha

Se estampa entalhada em carrara lápide,

Que neste orbe aqui jaz a maldita sanha!

-Valdívio Correia Júnior-

+CóLeRa+

É ante à passional cólera agonizante

Escrevendo m'ia fúria entre a adaga e a ferida

Que posso saciar a sede d'alma renhida

Empunhando o verso mais odioso e cortante.

Irada, a incitar este véu beligerante

Teço nova ode mais ignóbil e incontida

Semelhante à anterior... também arrogante!

fruto e desfrute desta m'ia verve homicida.

Eu sou a que jaz no crepúsculo do açoite

Onde belos pássaros agonizam calados...

Sou a imensidão negra da brisa da noite?

Estou trancafiada pel'áspide do aloite

Na lápide mais tétrica... dos condenados!

Sou a que nasço-morta ao advir do sonoite...

-PaRaBoLiKa-

Prezados colegas! Quero lhes falar da honra de ter,

neste delicioso exercício poético, este dueto com

a fantástika PaRaBoLiKa, que me trouxe tão grande

alegria! Muitíssimo obrigado, minha cara!

Juninho Correia
Enviado por Juninho Correia em 06/08/2010
Reeditado em 14/06/2011
Código do texto: T2423066
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