Fúria (Juninho Correia) +CóLeRa+ (PaRaBoLiKa)
Fúria
Enfurecido ao sangue da boca mordida,
E, atiçado ao ódio daquele que apanha,
Vê-se à orla, alçapão da alma tacanha,
A morte que se adona do sopro da vida
Negado ao bruto, controle que assanha
A lucidez nem vestígios, mente atrevida
Que persiste ainda, de alfinetar a ferida
Torpe ao ódio à sua estupidez tamanha
E no opimo terreno, em toda sua manha
Se contorce ao gozo, tal como o áspide,
Opíparo ao olhar da presa que abocanha
No leito deste opúsculo para tal façanha
Se estampa entalhada em carrara lápide,
Que neste orbe aqui jaz a maldita sanha!
-Valdívio Correia Júnior-
+CóLeRa+
É ante à passional cólera agonizante
Escrevendo m'ia fúria entre a adaga e a ferida
Que posso saciar a sede d'alma renhida
Empunhando o verso mais odioso e cortante.
Irada, a incitar este véu beligerante
Teço nova ode mais ignóbil e incontida
Semelhante à anterior... também arrogante!
fruto e desfrute desta m'ia verve homicida.
Eu sou a que jaz no crepúsculo do açoite
Onde belos pássaros agonizam calados...
Sou a imensidão negra da brisa da noite?
Estou trancafiada pel'áspide do aloite
Na lápide mais tétrica... dos condenados!
Sou a que nasço-morta ao advir do sonoite...
-PaRaBoLiKa-
Prezados colegas! Quero lhes falar da honra de ter,
neste delicioso exercício poético, este dueto com
a fantástika PaRaBoLiKa, que me trouxe tão grande
alegria! Muitíssimo obrigado, minha cara!