OS TEUS CABELOS
São, teus cabelos negros, deslumbrantes,
Manto divino sobre o altar do rosto!
Bússola triunfal dos navegantes,
Cantar dolente das manhãs de agosto!
Ao capricho do vento tremulantes
Para a minha cobiça e terno gosto!
Tão sutis, e formosos e brilhantes,
São orgulho dos céus ao mundo exposto!
Que flóreo aroma, a balouçar trescalam!
E, em sonhos lindos a minh’alma embalam,
Na quadra amiga das paixões extremas!
Ai! Quem me dera tê-los sempre assim,
Docemente voltados para mim,
Ao menos na rudez dos meus poemas?!