Soneto n.149
O RIO
(filho da terra)
**
Emerge, de um ponto bem escuro,
numa grota secreta, secreta cova,
o fiozinho que será um rio futuro,
como de um ventre que se renova.
*
Filho da Terra, ele ainda tão puro,
passará por forte, tremenda prova:
- recortando mil vales ficará impuro,
com toda sujeira que nele se desova.
*
Quem é o ser que avilta e emporcalha
as águas: sejam doces, sejam bravas,
cobrindo-as com asquerosa mortalha?
*
Estúpidos seres!... Ahh... gente suicida
que (eu uso aqui de poucas palavras)
vai assim matando a sua própria vida!
(filho da terra)
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Emerge, de um ponto bem escuro,
numa grota secreta, secreta cova,
o fiozinho que será um rio futuro,
como de um ventre que se renova.
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Filho da Terra, ele ainda tão puro,
passará por forte, tremenda prova:
- recortando mil vales ficará impuro,
com toda sujeira que nele se desova.
*
Quem é o ser que avilta e emporcalha
as águas: sejam doces, sejam bravas,
cobrindo-as com asquerosa mortalha?
*
Estúpidos seres!... Ahh... gente suicida
que (eu uso aqui de poucas palavras)
vai assim matando a sua própria vida!
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Silvia Regina Costa Lima
5 de agosto de 2010