O Olhar do Meu Pai
Fagner Roberto Sitta da Silva*
ao meu pai, Otávio José da Silva.
Olho para o espelho e vejo o jovem rosto
do meu pai, com o mesmo olhar que o mundo
deixou, na grande guerra, no profundo
poço, cair após tanto desgosto.
Seu olhar se parece com sol-posto
em tardes frias, um triste olhar. No fundo
acalenta esperanças, num segundo,
são chamas contra o que lhe foi imposto.
Quanta guerra enfrentou, sendo inocente,
só por ter tido, como a pobre gente,
que sofrer injustiças, e, com calma,
levantar-se e seguir a sua jornada...
Mas o bom Deus, ao fim da caminhada,
chamará este olhar dos justos de alma!
Garça, 5 de agosto de 2010.
*Membro da APEG - Associação de Poetas e Escritores de Garça.
Página Pessoal: http://fagnerroberto.blogspot.com