BONECA DE PAPEL

Mas, o que queres, tola criatura,

Na vida desregrada em que se afunda?

Cuidado! A sociedade não atura

Tanto prazer e tanta barafunda.

Uma noite sonhei que eras tão pura

Vivendo na inocência mais profunda.

Eras um Anjo, envolta na doçura,

Entre raios celestes. Luz fecunda!

Acordei! Vendo que era sonho apenas,

Chorei aquelas ilusões serenas

Longe da realidade. Que cruel!

E desde então pra mim, tens sido ingrata,

A bolha de sabão na cascata,

A esdrúxula Boneca de Papel!

Salé, 1º./09/2000, às 04h 51min