E ainda agradeço
...E morro a minha morte, e sumo neste instante,
em busca do meu norte, há muito já perdido,
e faço desta vida um mote já vivido,
enquanto, arrependido, eu corro num rompante.
Entanto, neste mundo a vida é estressante,
e, enquanto ainda corro, o mundo me atropela,
arrasta-me, desnudo e mudo, e, de trivela,
um chute eu levo ali, melhor do que adiante.
Amargo essa certeza - ou dúvida cruel? -
de ainda não ter visto o mundo colorido
e belo como em sonho eu vislumbrei um dia.
E gasto muita tinta, e jogo no papel
o que me veio à mente em tempo descabido,
e inda agradeço a Deus, que me deu mais valia.
04/08/2010