CRUELDADE
CRUELDADE
Doido coração, que transportas a alma doída,
no sepulcro das tuas carnes está sepultada,
mau grado da prisão, pensa em ser libertada
sedento, embora, o corpo inda clame por vida.
Alma infeliz, encoberta de pele enrugada,
sequer um momento esquece a mulher querida;
seu corpo e seu riso; sua alma que convida;
quer acrescentar mais vida à idade avançada.
Mas ah! separa-os o caldeirão da maldade
que aferventa ingredientes de casos distantes
causando lágrimas de dor e de saudade.
Inda que haja amor em dois corações flamantes
e haja consenso neste amor e maturidade,
a crueldade do homem separa os amantes.