CRUELDADE

CRUELDADE

Doido coração, que transportas a alma doída,

no sepulcro das tuas carnes está sepultada,

mau grado da prisão, pensa em ser libertada

sedento, embora, o corpo inda clame por vida.

Alma infeliz, encoberta de pele enrugada,

sequer um momento esquece a mulher querida;

seu corpo e seu riso; sua alma que convida;

quer acrescentar mais vida à idade avançada.

Mas ah! separa-os o caldeirão da maldade

que aferventa ingredientes de casos distantes

causando lágrimas de dor e de saudade.

Inda que haja amor em dois corações flamantes

e haja consenso neste amor e maturidade,

a crueldade do homem separa os amantes.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 04/08/2010
Reeditado em 04/08/2010
Código do texto: T2417480
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