O Louco
O Louco
Ele dizia rindo: “Agora, anjo?
Eu já caí, Miguel, porque me apensa?"
O desvairado achava o braço o arcanjo.
“Um anjo?” Eu lhe mostrava, era doença!
Mas tudo que ele via ardia em crença.
Então pensei, será? Que desarranjo!
Ele não mente, vive o que ele pensa,
Eu minto tanto... Sinto-me um macanjo...
Ó Deusa da loucura, dá-me o riso,
O riso desta doce insanidade,
A embriaguez perene... Eu rio tão pouco...
Tem piedade! Ocupa o meu juízo!
Assim quem sabe eu um sábio de verdade:
Um ser feliz. Feliz como este louco!