Sonetto
 
 
Fosse eu perverso ser dos abismos dantescos,
Riria do choro de quem estivesse triste das dores de outros,
Fosse eu controverso filosofo hitleriano cuspiria os ascos,
Na face de quem lamentasse a ferida pútrida dos ódios fastos!
 
Fosse eu libertino entusiasta do coito pelo coito, daria tratos;
Diria que o amor é sexo, e que sexo faria sem maiores desideratos!
Fosse eu; homem diligente, de partidarismos imediatos;
Ah! Eu lutaria pelos meus companheiros de desvanecidos atos!
 
Fosse eu, reto capitalista; riria dos que murmuram sem tetos.
Fosse eu, egoísta contumaz, diria:  Não divido afetos!
Fosse eu, narcisista, diria: Da – me, soluções para os meus retratos!
 
Fosse eu, controverso ateu; riria de cada um dos vossos deuses inexatos.
Fosse eu, cínico o bastante; acreditaria que nada se perdeu, hoje, nos meus atos.
Fosse eu, menos impudente, lutaria por verdades, sem estes ornatos caricatos!
 
Olimpio de Roseh
Enviado por Olimpio de Roseh em 03/08/2010
Reeditado em 03/08/2010
Código do texto: T2416687
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