SOLIDÃO QUE MATA

SOLIDÃO QUE MATA

Esta sensação de abandono que mata

vem da solidão. Sinto o coração vazio,

sem estímulo algum. A vida fica fria

como se o próprio gelo fosse; morta e abstrata.

Já quis mergulhar junto a piranhas num rio;

enfurnar-me em uma ilha perdida no mapa;

beber cicuta na dose que fosse exata;

sentar-me entre peçonhentos répteis no cio.

Qualquer coisa seria a solução plausível

para este nada que n’alma tem gosto horrível

quando o destino nos obriga a degustá-lo.

É que o amor, sendo tão doce, enseja diabruras.

Deus dita as regras e o coração faz loucuras,

se a fonte é a mulher e o coração quer amá-la.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 02/08/2010
Reeditado em 03/08/2010
Código do texto: T2414213
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