SOLIDÃO QUE MATA
SOLIDÃO QUE MATA
Esta sensação de abandono que mata
vem da solidão. Sinto o coração vazio,
sem estímulo algum. A vida fica fria
como se o próprio gelo fosse; morta e abstrata.
Já quis mergulhar junto a piranhas num rio;
enfurnar-me em uma ilha perdida no mapa;
beber cicuta na dose que fosse exata;
sentar-me entre peçonhentos répteis no cio.
Qualquer coisa seria a solução plausível
para este nada que n’alma tem gosto horrível
quando o destino nos obriga a degustá-lo.
É que o amor, sendo tão doce, enseja diabruras.
Deus dita as regras e o coração faz loucuras,
se a fonte é a mulher e o coração quer amá-la.