Solidão a dois
Deitados lado a lado, nus, silentes,
Nada mais sonham nem desejam nada,
E passam assim a noite, a madrugada,
Dois corpos mudos, entre si ausentes...
Os olhos seus, distantes, vagam ao léu,
As mãos se perdem no vazio d’alma,
Já não tateiam com prazer, com calma...
Não mais galopam qual um bom corcel!
Calaram-se os murmúrios abafados...
E juntos permanecem sós, calados,
No frio eterno que nem sentem mais...
Não mais existem turbilhões de sonhos,
Distantes vão os dias bons, risonhos,
Tão prenhes de prazeres, tantos ais!
Deitados lado a lado, nus, silentes,
Nada mais sonham nem desejam nada,
E passam assim a noite, a madrugada,
Dois corpos mudos, entre si ausentes...
Os olhos seus, distantes, vagam ao léu,
As mãos se perdem no vazio d’alma,
Já não tateiam com prazer, com calma...
Não mais galopam qual um bom corcel!
Calaram-se os murmúrios abafados...
E juntos permanecem sós, calados,
No frio eterno que nem sentem mais...
Não mais existem turbilhões de sonhos,
Distantes vão os dias bons, risonhos,
Tão prenhes de prazeres, tantos ais!