Fim de caso (VII) 

Porque desejas tanto estar comigo agora,
que tudo entristeceu, perdeu o brilho e o tom?
Se longe já se vai o tempo que era bom
e só nos resta, enfim, a mais tristonha aurora?

Agora  nos ferimos com mortal espora
e, para amar, não temos mais o nobre dom,
e tudo é falso, qual rosa de crepom,
tornou-se, a nossa vida, caixa de Pandora.

Não vês que estou morrendo triste, pouco a pouco,
e tudo se desfez quais bolhas contra o vento?
E nada nos restou para viver depois.

Não posso mais sonhar e nem sofrer tampouco,
não quero mais viver contigo um só momento
pois não suporto mais a solidão a dois.


Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 02/08/2010
Reeditado em 26/12/2012
Código do texto: T2413501
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